Apoio mútuo, aprendizados e materialização. Em uma rede colaborativa o projeto Arquitetura na Periferia vem tijolo a tijolo modificando a crença de que construir “é papel de homem”. Juntas a equipe técnica do projeto e mulheres moradoras das ocupações Eliana Silva e Dandara tem somado forças de vontade e conhecimentos para construir.
Estivemos em um encontro na Ocupação Eliana Silva. Chegamos no sábado pela manhã e já fomos convidadas a ajudar no mutirão de transporte das cerâmicas que tinham acabado de chegar, doações conseguidas pela equipe técnica do projeto. Fomos recebidas com cafezinho e muita alegria na casa da Carla. A oficina foi colocar o piso da casa dela. Sob a orientação da Celir, mestre de obras, vimos as mulheres se revezarem no preparo da argamassa e na colocação da cerâmica. Muitas trocas, perguntas, brincadeiras e bate-papo. Vimos mulheres construindo sua própria realidade, suas moradas, com força de vontade e presença.
O projeto surgiu através de uma pesquisa de mestrado da arquiteta Carina Guedes, em 2013. Hoje ele é composto por uma equipe técnica voluntária com arquitetas, estudantes de engenharia, psicóloga e uma mestre obras. Tudo começa com as moradoras das ocupações desenhando os projetos de suas casas. Cada uma trás, nesse traçar, suas necessidades e desejos pessoais .Alguns meses depois, aos finais de semana, todas se encontram para participar, gratuitamente, de oficinas práticas onde aprendem técnicas de construção. Sob a orientação e incentivo da equipe técnica as mulheres aprendem as várias etapas de uma construção através do próprio fazer. A cada encontro estão na casa de uma delas, somando forças para materializar. Cada casa uma etapa. Cada encontro uma necessidade atendida. Mulheres reconhecendo-se protagonistas do construir, reconhecendo-se capazes de ir além do que acreditavam conseguir.
Instagram: @arquiteturanaperiferia
Facebook: @perifeitura
Belo Horizonte. Minas Gerais. Brasil. Itinerante. Social, militante e educação.
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